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Análise – Strider (PlayStation 3)

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Strider Banner KeyArt

Depois de muitos anos mofando na geladeira da Capcom e contando apenas com algumas poucas aparições nos jogos da série Marvel vs Capcom, Strider Hiryu está de volta como protagonista atuando no seu próprio espetáculo.

Produzido pela Double Helix Games (mesma responsável pelo novo Killer Instinct), Strider passou por um competente processo de atualização, com cenários detalhados, bonitos e com cores extremamente vívidas. A linearidade presente nos antigos jogos da série deu lugar a uma progressão bastante similar a jogos como Castlevania: Symphony of the Night, fora as novas habilidades que permitiram que Strider sobreviva em meio às centenas de inimigos com os quais irá se encontrar.

Assim como na trama original, Hiryu deve derrotar Grão-Mestre Meio, uma espécie de ditador que controla o mundo com braço de ferro. Aliás, no game a ação ocorre apenas na cidade de Kazakh, o que não constitui um defeito dado o fato da mesma ser enorme e possuir muitos ambientes pelos quais o jogador é incentivado a explorar durante toda a trama.

Num primeiro momento Strider se mostra um jogo extremamente difícil e muito pouco recompensador. Poucas são as habilidades iniciais desbloqueadas  o que torna o início difícil, podendo desestimular alguns jogadores, mas não percam as esperanças! Depois da terceira ou quarta hora, tudo fica mais aconchegante, talvez pelos itens e habilidades liberados ou por você se acostumar com a freneticidade e velocidade da ação ou ambas as coisas.

Strider Screenshot HD

Nesse sentido, grande parte da dificuldade existente em Strider está ligada diretamente com a anarquia que ocorre na tela. Os cenários são muito ricos, com uma grande gama de efeitos visuais. Soma-se a isso dezenas de inimigos atirando outras dezenas de rajadas de energia, coquetéis molotov, entre outros projéteis e você terá a missão de lidar com esse caos instalado, de forma que será necessário olhos bastante treinados e coordenação motora para manter seu ninja vivo e em movimento constante desviando, pulando e cortando tudo que vier pela frente.

Strider Review Screenshot

Ainda sobre os cenários, há que se dizer que lembram muito o cenário do jogo original da década de 90. Apesar de toda a maquiagem utilizada, dá pra perceber as fortes referências à Rússia. Fora isso, É impressionante como Strider é extenso para um jogo digital! Cada fase me fez gastar entre 30 e 60 minutos, é possível fazer o percurso em menos tempo, mas possivelmente você irá perder dezenas de passagens secretas com itens colecionáveis e melhorias como aumentos de energia e da barra de especial. Tempo também será gasto com inimigos, que apesar de variados, com exceção dos chefes, são muito genéricos e com o passar das fases muitos mudam apenas de coloração. Aliás, os chefes constituem outro ponto positivo, existem para todos os gostos, há chefes enormes, há lutadoras ninjas, há mercenários cibernéticos que voam, entre diversos outros. As batalhas lembram Megaman, com chefes que seguem padrões de ataque que devem ser memorizados para serem assim, contra atacados.

Strider Imagem

Tudo isso é sustentado por uma trama simples, com personagens caricatos e diálogos cheios de clichês (o que não quer dizer que sejam ruins). que servem apenas como justificativa para toda a pancadaria. Cada mapa se resume em percorrer o trajeto de um ponto ao outro, podendo realizar alguns “desvios” para recolher itens, mas é no fim de cada fase que a narrativa é apresentada de fato e vai evoluindo, geralmente com diálogos entre inimigos.

Mesmo com todos os pontos positivos, é necessário ressaltar algumas falhas, entre elas o mapa que não colabora com a exploração de pontos secretos da fase (e que pode fazer com que você ande em círculo), o sistema de combate, que apesar de ser criativo e permitir que o jogador utilize o cenário para pular, se pendurar nas paredes, utilizar campos gravitacionais, se torna um grande massacrar do botão de ataque e de pulo, já que há habilidades que encontram serventia apenas no acesso de níveis que antes de as obter, eram impossíveis de serem acessados. Por fim, a trilha sonora dá um tom agradável e combina perfeitamente com o ritmo do jogo, somando-se  efeitos visuais, as cores extremamente vivas e o capricho nos detalhes do cenário.

Strider 2014 Artwork

Strider é um bom exemplo que de é possível atualizar e trazer para o mundo atual jogos que fizeram sucesso no passado. Com preço acessível, Strider vale a jogatina de fim de semana, embora seu fator “replay” não seja dos melhores (o jogo não estimula uma segunda exploração do game em busca de itens secretos) a campanha principal irá te prender (se você não desistir nas primeiras horas) numa divertida e prazerosa experiência.

Select Score Strider

1 comentário em “Análise – Strider (PlayStation 3)”

  1. O problema é que os jogadores de hoje em dia só gostam de jogos “fáceis” e cheios de “recompensas”. Não só nos jogos. Bem isso na verdade é uma mal dessa geração que não suporta desafios e nem procura vencer de forma certa a vida. Sempre quer facilidades, atalhos e prêmios… E se não conseguirem, a culpa é do governo ou dos “outros”

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