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Diário Gamer 10 – Gran Turismo 2 (Playstation)

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Você já ouviu falar de post pré-requisito pra outro post? Ou, você já pensou em fazer algo se preparando para outro fato? Não quer dizer algo como “troco de roupa agora pra me preparar pra sair”, e sim algo como “vou jogar estes games antes para preparar a minha mente para algo melhor”. É isso que estou fazendo pra me preparar para o Gran Turismo 4, possivelmente o melhor game de corrida para o Playstation 2. Só que para jogar e conseguir entender a evolução deste Gran Turismo, é necessário jogar o 3, mas como eu quis pular direto, então eu regredi alguns anos de videogames para jogar o segundo game da série, considerado por muitos o melhor game da geração Playstation. Ele também é o terceiro jogo mais vendido do console, só perdendo pro primeiro Gran Turismo e pro Final Fantasy VII. E não é por menos: você acaba concordando com  o Alexei Barros, que escreveu o seguinte no livro “Os 100 melhores jogos”, sobre o primeiro game da série:

Instaurou um novo paradigma para no gênero para consoles – antes os simuladores de automóveis existiam apenas no PC, a exemplo de Grand Prix Legends. À frente dos padrões da época e ainda assim sujeito a melhorias para a ganância do conspícuo designer.

Designer que se chama Kazunori Yamauchi. Pros fãs de games de corrida pode-se dizer que é o nome por trás da série e o Hideo Kojima dos jogos de corrida. O cara está na ativa até hoje e está à frente do Gran Turismo 5, game que pode entrar na minha wish-list (games que penso em comprar quando sair), caso o quarto game seja realmente foda. Mas se o 2 eu já considero um jogo realmente bom, o quinto game pode superá-lo em todos os aspectos. O Prologue pode até ser bom, mas eu me recuso a pensar em gastar 40 dólares (o dobro do preço do Burnout Paradise) na PSN por um pedaço do quinto jogo. Então resta ir pro segundo neste momento, e aí você começa a analisar que o Polyphony fez um trabalho de mestre colocando em 2 cds de 700 MB um game enorme.

O jogo vem em 2 CDs, um Arcade, com corridas normais  (sem compromisso) e o CD Gran Turismo, que no primeiro jogo se chamava Simulation Mode. É este o CD que realmente importa no jogo. Ao ligar, você tem um mapa bem simples com as opções Car Wash, Machine Test, Wheel Shop, North/South/West/East City, Home, License e Go race. Machine test serve pro jogador testar o carro. Car Wash serve pra lavar o seu carro (o que acho um pouco inútil, além de ser um serviço pago), Wheel Shop serve pra comprar calotas (e mudar o visual do seu carro), as cidades (Norte, Sul, Leste e Oeste) tem as localizações das montadoras (onde você poderá comprar o seu veículo), Home é a sua casa (onde você pode guardar/vender os seus carros e pode acessar suas estatísticas de zeramento) Go Race é a localização das corridas normais e License serve para tirar as suas licenças.

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É nas licenças que entra um dos diferenciais da série. Quando o jogo saiu, isso causou uma revolução sem precedentes: nos games de formato arcade como o Need For Speed você vai direto nas corridas. Em Gran Turismo não: você tinha de cumprir alguns objetivos pra tirar a sua carteira de motorista e atestar que você é bom mesmo com a jogabilidade do jogo. É claro que neste Gran Turismo algumas corridas já estão liberadas mesmo se você não tiver uma licença. Mas você terá de comprar um carro e aí sim o jogo começa a testar a inteligência do jogador.

Sim, inteligência. Você tem 10 mil de dinheiro disponível pra comprar os carros do jogo. Carros que chegam a 600 (isso mesmo: SEISCENTOS CARROS). Burnout Paradise não deve ter mais de 150 carros. Forza Motorspot 2 tem mais de 300, mas acho difícil ele chegar a 600 carros. O Gran Turismo 4 tem 735, então…com relação a número de carros este jogo supera todos os outros já lançados (exceto o 4). E cada montadora tem um número enorme de carros, tanto carros novos e carros usados. São várias montadoras, tais como Mitsubishi, Nissan, Toyota, Audi, Wolkswagen, BMW, Audi, Renault, Fiat, Peugeot, Ford, Chevrolet, e outras. Cada carro parece que tem um modelo 3D separado, o que deixa o jogo ainda mais impressionante. Como eles conseguiram colocar tudo isso em 700 MB? Impressiona, realmente, fora que o jogo tem muitas pistas e algumas locações tem mais de uma pista, como a cidade de Roma.

Ah é, esqueci de comentar sobre “testar a inteligência”. Com uma quantidade enorme de carros pra comprar, o jogador tem de pensar muito bem em como gastar o seu dinheiro. Fora que cada carro dá pra ser tunado, melhorando alguns aspectos como a velocidade e freios. Isso é algo que ainda não foi superado por nenhum jogo de corrida existente (talvez o quarto game supere. Só lembrando: ainda não joguei ele. O Gran Turismo 4 está esperando este texto acabar pra eu começar o zeramento definitivo): mesmo nos Need Fos Speeds Underground, não tem tantas opções de tunning. Aqui são freios, amortecedores, turbo, são tantas opções que você tem até de pensar em como aproveitar melhor a sua grana. E também o jogador não pode sair por aí tunando um carro até o fim porquê depois que o jogador vencer algumas corridas ele vai precisar de carros mais potentes, e terá de ter grana pra comprar algo melhor e mais veloz. Nem todas as corridas são vencíveis com carros ruins, já que tudo no jogo tem uma evolução: o jogador terá de ter carros melhores pra enfrentar eventos mais complexos.

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E mesmo se ele melhorar o carro com as peças é necessário ter grana. Muita grana. Muitos componentes custam mais do que o próprio carro, e o aumento de potência pode não ser tão significativo. No começo é até interessante comprar um carro com uma potência mediana (entre 160 e 18o hp) e tunar o mesmo até chegar a 197, o valor máximo de alguns eventos. Aí sim ele poderá depois tunar mais um carro ou vender e comprar outro. No começo vender dá uma boa grana, mas no futuro isso não será tão vantajoso. Como na vida real um carro se desvaloriza facilmente, no jogo isso também acontece e aí o seu investimento de 8 mil vai pro ralo, retornando 2000 pra sua carteira.

E também as montadoras tem eventos internos, específicos para certos carros. Aí é interessante o jogador comprar aquele carro e tuná-lo até chegar a uma certa potência, pra enfrentar alguns eventos pequenos, como o Midfield Raceway do GT Japan Nationals, que tem um limite de 197 hp de potência (além de ter mais dois, um com 295 hp e outro com 345 hp). Se ele ver que aquele carro dá conta de vencer este evento mas não dá conta de vencer o evento específico da montadora, ele pode ir melhorando o carro até conseguir vencer, completando um pouco a porcentagem do jogo (além de ganhar dinheiro pra comprar novos carros). Aí ele pode depois guardar o carro (que terá um limite de melhora de potência) pra ele ganhar eventos pequenos e ajuntar dinheiro, ou ele pode vender o carro pra comprar algo melhor e participar de eventos melhores, que rentabilizam melhor o jogador. Tudo envolve a inteligência do jogador, que será aprimorada durante o zeramento do jogo. E constantemente testada.

Cada evento tem alguns pré-requisitos, que em sua maioria estão nas licenças. São 5 delas (B, A, I-C, I-B e I-A), onde cada uma tem 10 provas pro jogador passar. Hoje, durante 3 horas consegui passar duas delas (B e A), o que faz com que algumas corridas sejam liberadas para correr. É claro que eu não preciso ir completando tudo logo de cara, mas é recomendável ir passando no começo pro jogador não se preocupar com as licenças quando ele for completando as corridas normais. As licenças em sua maioria são fáceis na B e na A e depois o nível de dificuldade vai aumentando. Mas não é algo super-difícil e basta ter paciência pro jogador ir completando as coisas. Acredito que em alguns dias ele pode completar tudo e ficar livre delas. E não podemos nos esquecer de que ao passar por elas você vai aprendendo a controlar o carro do jeito que ele deve ser controlado. Como o Dori Prata já me disse uma vez, o Gran Turismo é um simulador e com isso a jogabilidade é mais difícil que nos games de arcade (Need, Burnout…). Aqui os carros tem jogabilidade diferenciada e conseguem responder bem os comandos, mas pra quem está acostumado com games de arcade, pode ser difícil pro jogador pegar o jeito logo de cara.

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O jogo tem 4 tipos de tração (que influencia na jogabilidade): FF, FR, Mid e 4WD. O FF é tração nas rodas dianteiras e um dos tipos de carros mais fáceis de se controlar. FR tem tração traseria e aparentam ser mais rápidos e de melhor arrancada, mas se não virar direito eles podem rodar. 4Wd são tração nas 4 rodas e o Mid tem uma tração diferenciada. Quanto aos dois últimos eu não sei como eles funcionam (mas antigamente achava os carros de 4WD bastante equilibrados), mas o FF é o mais fácil de ser controlado para um jogador iniciante. O mais estranho é que quando eu controlei os carros do tipo FR nas duas primeiras licenças, pareciam que eram bem fáceis de controlar. Será uma herança do Burnout Paradise que está na minha mão? No jogo da Criterion o carro que mais estou jogando é o Carbon Hawker, que é bem difícil de controlar e que roda facinho no jogo, demandando um estilo diferente de jogabilidade por parte do jogador. Talvez quando eu controlar o Viper (o carro mais difícil de controlar de toda a história dos games de corrida que já joguei) eu consiga controlá-lo com mais facilidade, mas enfim: ainda não cheguei nessa parte, o que pode demorar um tempo enorme.

Os efeitos sonoros são convincentes e cada carro tem um barulho próprio. Já a trilha sonora do jogo é um pouco pobre e até o Need For Speed High Stakes (o único concorrente que vejo pra este jogo no console), que é inferior, ganha nesse aspecto. Talvez eles não conseguiram licenciar mais músicas ou o jogo não comportaria uma trilha sonora enorme. Nisso o campeão está sendo o Burnout Paradise, com uma lista de músicas gigantesca que dá pra configurar e desabilitar, se quiser.

Na parte gráfica, é aquele negócio: é um jogo antigo e não dá pra comparar com games atuais (e isso também serve pra música). Mas para a época tinha gráficos decentes. Os carros são bonitos e dá pra diferenciá-los na multidão. As pistas são bonitas e diferenciadas, tendo variações entre circuitos de rua, circuitos fechados e off-road. Para o Playstation foi uma revolução. Pra quem está acostumado com um console potente como um Playstation 3 ou um Xbox 360 vai achar o jogo feio. Aí é necessário o jogador esquecer isso e se focar na diversão.

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Diversão que é enorme neste jogo. Jogue ele por 3 horas hoje, onde eu comprei um Mitsubishi FTO, turbinei um pouco e depois eu comprei um Mirage (também da Mitsubishi). Os dois carros são usados, e com isso eu fui completando algumas corridas, acumulando uma grana básica pra ir turbinando o Mirage pra ir completando os eventos básicos do jogo. Eventos que são muitos e tem uma boa variedade, desde pistas simples, com duas voltas, até o Endurance, com 2 horas ininterruptas de jogo. Não é brincadeira: eu adorava ir nesses modos quando jogava antigamente e espero que o quarto jogo tenha isso também. Não quer dizer que eu não jogue mais o segundo jogo, mas eu não vejo tanta obrigação em zerar por completo este Gran Turismo. O quarto jogo pode acabar sendo melhor (o que espero, sinceramente) e com certeza tenho muitos games pra ir jogando. Talvez eu pegue pra me divertir algumas vezes, mas você tendo um Playstation 3 aqui te faz você ver os jogos com outros olhos. O Burnout dá pra jogar online com seus amigos, dá pra comparar estatísticas, dá pra ter troféus. Nesse ponto o console acaba ajudando e força um pouco o jogador a ir até o fim. No quinto jogo da série com certeza isso pode ter e com isso vai ter muito gamer que irá fazer 100% do mesmo. Sei que no Burnout Paradise eu não irei mais conseguir troféus de forma normal, mas só de mostrar pra todo mundo que eu completei 100% acaba sendo bom para o ego do jogador.

Pra terminar, é aquele negócio: o jogo é obrigatório pra quem tem um Playstation 2 ou tem o PSOne. O jogo é longo e dá pra divertir muito no mesmo. São muitas corridas pra completar, muitos carros, 50 provas de licença pro jogador completar, fora que cada montadora tem os seus próprios eventos internos, o que força o jogador a completá-los também, caso ele queira completar o mesmo com 100%.Quando eu joguei eu me senti novamente como uma criança, com um sentimento de nostalgia de rever um brinquedo antigo. Joguei demais este GRan Turismo quando tinha um Playstation e até hoje eu me lembro de algumas coisas, como os eventos longos, ter completado todas as licenças, etc. E me lembro que eu nunca consegui chegar a 100 por cento, por causa do tamanho descomunal do jogo. Acho que hoje demoraria menos tempo pra jogar e ir até o fim, já que eu precisaria de muita dedicação. E hoje sou mais inteligente, montaria um plano de ação e iria completando os eventos primeiro, pensando melhor no que fazer e no que não fazer. Que venha o Gran Turismo 4 agora!

[Imagens via Listverse, Gamespot]

11 comentários em “Diário Gamer 10 – Gran Turismo 2 (Playstation)”

  1. Cézar Fel&iac

    Depois desse texto fiquei tentado a desempoeirar o CD (se ele ainda for legível) e voltar a jogar!

    Esse jogo me roubou muitas horas no PC (sim, sempre joguei PSOne em emulador) e proporcionou muita diversão, talvez o único simulador que me fez realmente me divertir.

  2. Eduardo Salvalaio

    Vendi meu PS1, mas alguns jogos não. E o GT2 (com os 2 cd's que vc citou em seu texto) continua lá, guardado. Sim, GT é um deleite para quem é fã do automobilismo mundial, ou melhor, um verdadeiro contemplador da máquina chamada automóvel. Os detalhes são impressionantes.

    Do PS2, consegui tanto o GT3 como o GT4. Agora, acredite, ainda prefiro o GT3…Falo isso pq ele, apesar de poucos carros em relação ao seu sucessor, dá mais ênfase ao jogadorr que já não tem tempo para jogar…No GT4, achei um absurdo ter corrida com 24 Hs.

  3. Eduardo Salvalaio

    E mesmo naquele sistema de vc colocar a Inteligência Artificial jogando para vc que acaba ficando 8 Hs (1/3 do tempo total), achei muito sacríficio. Imaginou se falta energia vc jogando em torno de 7 Hs e 1/2?). Então, apenas acho o GT4 um jogo que sinto pena por não ter acabado totalmente (cheguei aos 90% e desisti), enquando o terceiro eu consegui tudo.

    Agora o GT2 foi aquele jogo que veio no meu console, foi aquele jogo que perdi muitos fds jogando, que me fez passar a jogar mais ainda tanto os simuladores (Forza e Toca) como os inverossímeis arcades e suas curvas a 150 Km/h (Burnout e NFS). E jogar com o Audi TT LM ou com o Suzuki (aquele de Rally, me falha o nome completo agora, sorry!) é algo que nunca vou esquecer. Belíssimo texto.

  4. depois de jogar na 4wd como faço para jogar nas outras corridas.oque tenho que fazer.

  5. Ola gosto muito de jogar esse jogo,mas o meu antigo CD desse jogo aranhou e vou comprar outro.Além de ter as concesionarias para comprar os carros existe umas corridas,não sei se vocês percebem,mas queria saber pra que fazer aquilo?É para ir ganhando dinheiro e acumulando os carros que você vai tunar para correr?

  6. o jogo é muito bom, muito bom mesmo, estou louco querendo ele novamente, mas pro PC, se eu ñ consegui vou comprar outro ps one e vou joga-lo…… se alguém poder me ajudar nessa luta agradeço

  7. você disse que achou a trilha sonora ruim , então deve estar jogando a versão japonesa que é ruim mesmo , eu recomendo achar a versão americana que tem musicas mais legaizinhas , a versão europeia também tem musicas diferentes da japonesa e americana .

  8. Belo game muito traiçoeiro quando menos se espera o carro roda na pista,os pineus bons e do preço de um carro.Nao da para cortar o replay somos obrigados a ver as nossas burradas .

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