Durante muito tempo os multiplayers da série Call of Duty eram considerados “os reis” das partidas descompromissadas entre os jogadores. Com o Call of Duty 4, criado pela Infinity Ward, eles conseguiram criar um game com um single-player impressionante e um multiplayer ainda mais incrível, apesar de ter muitas pessoas que não curtem tanto. Veio Modern Warfare 2, que repetiu a fórmula, mas manteve a qualidade na série. Com muitas explosões e ação extrema eles conseguiram fazer a Activision sem uma das maiores potências da atualidade.
Mas aí veio as questões jurídicas entre a Infinity Ward e a Activision, onde os seus fundadores, junto com mais desenvolvedores do estúdio, saíram da empresa, processaram a Activision quanto aos direitos da marca “Modern Warfare”, e fundaram a Respawn, agora abraçada pela Electronic Arts. Não vou citar muitos detalhes sobre isso para não enfiar os pés pelas mãos, mas nesse meio tempo pouco se sabia o que eles estariam fazendo, já dando indícios de que o primeiro game poderia ser next-gen. Em 2013, com o anúncio do Xbox One, eles finalmente revelaram ao mundo o “Titanfall”, o novo game que bebe da fonte da série da Activision e adiciona algumas ideias que eles nunca poderiam colocar em uma série que começou a ficar “engessada”. Inicialmente eu não botava tanta fé no jogo, mas quando surgiu as informações do beta, e por ter um PC melhor, decidi testar pra ver “qualé” a do game. E com as primeiras opiniões dos jogadores foram muito positivas, então o game não deve ser ruim, certo? Certo! Titanfall consegue levar a ação a um outro nível, adicionando mais dinamismo, agilidade e o melhor: robôs enormes nas arenas!
Após o tutorial inicial da explicação da jogabilidade com “humanos” e robôs e da decisão exótica/inacreditável de jogar um FPS no PC com um controle emulado do Xbox 360 (usando o Dual Shock 3 e o MotionInJoy) eu já entro no lobby e não demora muito tempo para entrar em uma partida. Algumas vezes eu entrei em partidas já prontas, mas na maioria das vezes eu entro em um lobby pré-partida, começando a partida do zero junto com mais pessoas. Aqui entra uma das primeiras polêmicas: são apenas 6 jogadores de cada time, um número muito baixo quando se tem um Battlefield 4 com 64 jogadores no PC. Em resposta à comunidade (que ficaram desapontados com esta decisão), Vince Zampella, co-fundador da Respawn, comentou que “6 vs. 6 é o número máximo de jogadores. No fim acabou sendo o melhor equilíbrio com a IA [inteligência artificial] para nós”. Claro que nas partidas não tem apenas eles, e sim temos muitos soldados controlados pela inteligência artificial (Soldiers/Grunts, etc), que ajudam o jogador a ganhar mais experiência sem confrontar os jogadores reais. Óbvio que a experiência não é a mesma se o jogador matar outro jogador, mas acaba ajudando na experiência final adquirida.
Para este beta temos apenas 3 modos de jogo: Attrition, Hardpoint e Last Titan Standing. O primeiro é o popular “mata-mata” descompromissado (deathmatch), onde você tem de matar o máximo de pessoas possível do time adversário para completar a pontuação. Já o Hardpoint é uma versão do “Domination”, tendo de capturar pontos específicos do mapa, tomar outros pontos ou defender o ponto corrente para impedir que o outro time capture aquele ponto. Nesses modos de jogo, caso o jogador comece uma partida do zero, tem um cooldown/contagem regressiva para ativar (e usar) os Titans, que são os robôs que dão mais poder de fogo e defesa nas partidas (além de virarem os alvos dos outros jogadores, claro). Durante a partida, ao matar os “soldados controlados pela IA ou mesmo os próprios jogadores, o cooldown diminui mais depressa, podendo usar o Titan mais rapidamente. Estando como humano, o jogador ganha mais agilidade para entrar em determinados locais fechados e menores, pode “correr pela parede” (mas achei a jogabilidade desse recurso meio complicada, mesmo com controle) e tem uma “arma anti-Titan”, podendo alvejar os robôs inimigos de locais mais seguros. No beta tem 2 delas: um rifle que dá tiros mais cadenciados, e um outro similar a um Stinger, tendo de mirar no Titan, esperar a mira travar e usar o míssil, que segue até o Titan (isso se tiver o tiro limpo, se ele se mover para outro local que tenha uma barreira, o míssil atinge ela no lugar do Titan). Esse míssil tira em torno de uns 20 a 25% de energia do robô, tendo de usar mais vezes para conseguir abater um.
Mas é estando em 1 Titan que a ação vai para outro nível. Podendo usar um “escudo de vortex” para suspender as balas e poder mandar de volta para uma determinada direção, é nos combates entre os Titans que a ação aumenta! Estando como Titan fica fácil abater outros jogadores com seu poder de fogo, mas muitas vezes temos diversos Titans se enfrentando em um show de explosões e ação. Se o jogador que estiver sem o Titan for foda (ou tiver muita coragem!) ele pode subir na parte de trás do Titan adversário para poder abater o robô e destruir um mecanismo que fica na cabeça (o cérebro do Titan), mas não é uma tarefa muito trivial. Até consegui fazer isso uma vez, mas acaba sendo mais fácil abater ele de longe com a bazuca “Stinger”. Também já abati um jogador que estava tentando destruir um Titan aliado pendurado, pois nesse momento, aparentemente, o Titan fica parado sem poder se mover.
Já o modo “Last Titan Standing” todos os jogadores já iniciam nos Titans, não tendo opção de respawn automática. O último jogador vivo na sala será o vencedor, e já ocorreu situação onde tivemos vários Titans do mesmo time vivos no final, e caso o seu Titan seja destruído, ainda há a chance de tentar abater um Titan adversário em terra, com alguma arma Anti-Titan. Claro que a dificuldade é enorme, pois um Titan acaba rapidinho com o jogador caso ele veja um jogador inimigo correndo por aí!
Outro detalhe da jogabilidade, mas que não usei muito, são os Burning Cards, que são cards que o jogador adquire no final das partidas e podem ser “acopladas” ao seu personagem, usando durante as partidas. O uso do Burning Card é único, dando algumas vantagens como “correr mais rápido com o Titan”, trocar a arma primária por uma R-101C Carbine mais letal, dar mais experiência ao atingir jogadores (e diminuir o tempo para uso do Titan), entre outras habilidades. Com uso “único” (“queimando o card”) eu nem tentava usar direito essa parte, optando por jogar de maneira mais tradicional. Claro que ter a Burning Card acoplada não destrói ela ao participar de uma partida, e o jogador pode jogar com as cartas, e manter elas no inventário “pra sempre”. Durante a partida é mostrado se o jogador quer usar o Burning Card ou não.
Já a parte básica de customização é a mesma da maioria dos jogos: trocas de armas, inserção de silenciadores, etc. Os Titans também poderão ser customizados, e teremos 3 “aparências de Titan”: o Atlas (do beta), Ogre e Stryder:
Quanto aos gráficos, é complicado tecer uma avaliação por jogar em resolução HD (1280×1024 no meu monitor antigão). E por rodar em uma resolução menor, o game conseguiu rodar satisfatoriamente bem no “high”, mostrando gráficos belíssimos, apesar das locações estarem bem destruídas. A parte sonora também tem uma qualidade muito boa, com as diferenciações de som de cada arma, e uma trilha sonora satisfatória nas partidas. Caso queira conferir, assista 2 vídeos que gravei do gameplay:
Também tem 3 vídeos, 2 do Dori Prata (Meiobit Games e Vida de Gamer) e 2 do Pablo Raphael (UOL Jogos) mostrando o game no Xbox One:
Titanfall será lançado em 11 de março para PC e Xbox One, e no dia 25 de março será lançado para o Xbox 360. Com uma ação extrema e um beta que não teve lags e poucas falhas de conexão (tendo de reconectar), o multiplayer é muito superior ao do Call of Duty Ghosts, que ficou praticamente impraticável no PS3 e com o lag enorme em muitas partidas. Com certeza será uma das minhas próximas compras no futuro próximo no PC, e é um dos grandes lançamentos do Xbox One para março, junto com o Metal Gear Solid V: Ground Zeroes.
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