Não compensa mais adquirir a versão básica de Destiny

Com a expansão “O Rei dos Possuídos” lançada, hoje cheguei a ver no Twitter uma promoção marota do jogo por R$ 70 reais no Walmart. Já era de se esperar que os varejistas vão tentar fazer de tudo pra desovar o estoque da versão física do jogo, mas tome cuidado: hoje esta edição não compensa mais adquirir. Pois o FPS da Bungie praticamente se tornou de vez um MMO-FPS, por conta da expansão atual depender das anteriores.

Quando a pré-venda do jogo foi anunciada, tivemos desde a versão básica e a Guardian Edition, com esta última saindo a US$ 90 e incluindo os pacotes “A Escuridão Subterrânea” e a “Casa dos Lobos”, lançados posteriormente. Na PSN Store brasileira, tem a Season Pass destes 2 pacotes saindo a R$ 70, e para o jogador poder acessar a nova expansão e comprar com valor promocional, o DLC sairia por R$ 80 (ou US$ 39.99 na PSN Store Americana), isso para quem já tinha os pacotes anteriores.

Somando o preço de tudo, fica em torno de 220, praticamente o preço da nova versão completa do jogo na PSN Store brasileira (Legendary Edition, saindo a R$ 230), ou o jogador pode pegar a edição física nas lojas, saindo por preços entre R$ 230 e R$ 250 reais. Ou seja: estaria trocando 6 por meia-dúzia.

Por mais que a atitude da Activision em ter uma edição completona na loja seja louvável e interessante para o novo jogador, quem tem apenas o jogo comum acabou saindo no prejuízo, por conta do custo elevado pra poder acessar a expansão. Os 2 pacotes iniciais são maneiros, mas deixaram de ter relevância, por conta do jogador poder evoluir até o nível 34. É difícil saber como que seria a progressão de níveis do jogo sem ter as expansões ativadas na conta do jogador, mas os 2 primeiros pacotes tem custo elevado pra pouco conteúdo: apenas algumas missões de estória, praticamente nos mesmos mapas da progressão normal (mas com pegadinha de começar o mapa “de trás pra frente” em alguns trechos) e a Prisão dos Anciões, que rendia equipamentos lendários bacanas, ficou praticamente inútil e provavelmente nem todos vão voltar lá (talvez pra matar o Skolas no nível 40 e com bons equipamentos de luz, apenas para dizer que matou o meliante!).

Então provavelmente o jogador pode acabar continuando a evoluir o personagem até o level cap de 34, mas sem jogar o conteúdo das 2 expansões. Só que pra acessar a nova expansão, é obrigatório ter as 2 comprada.s E acaba sendo meio tenso para o consumidor.

Cheguei a testar hoje na parte da manhã a expansão “O Rei dos Possuídos”, e em um primeiro momento ela conserta a maior crítica do jogo: o enredo. As primeiras missões estão bem interessantes, temos novas localidades, mais cinematics e alguns momentos bem interessantes, algo que a gente não via com muita frequência na progressão clássica.

Não cheguei a jogar muito, mas estou gostando do que vi, só que eu fico na neura se o jogo vai conseguir sustentar um tempo de vida útil quando acabar a progressão do modo de estória, já que, por mais que tenha uma nova raide, eu não sou bem um jogador exímio de raides do Destiny, e posso acabar dropando a expansão mais cedo, já que não animaria muito de voltar a fazer assaltos toda hora, como fazia anteriormente (diferente do afilhado da minha mãe, que anda jogando bastante o game no meu PS4 quando aparece aqui em casa, e jogava facilmente as raides no nível hard).

Então se você ainda está curioso quanto ao Destiny, pegue a Legendary Edition, que virá com todo o conteúdo atual do jogo e ele vem também com um item que deixa um personagem já no level 25, pronto pra jogar as fases da expansão. As alterações massivas do jogo vieram bem a calhar e praticamente temos um jogo mais polido quanto a muitos aspectos, além de remover o excruciante sistema de evolução de níveis baseado em equipamentos, onde era dificílimo conseguir equipamentos pra ir nos níveis mais avançados da Prisão dos Anciões. Mas lembrando que mesmo com a versão Legendary Edition em disco, ainda terá um update massivo de 17 GB pra baixar quando você instalar o jogo. Dessa parte não tem como escapar.

Bem que a Activision poderia ter feito algo parecido com a Blizzard, de liberar os pacotes iniciais pra todos os jogadores e ter a nova expansão com valor promocional. No final da expansão Mists of Pandaria, do World of Warcraft, a Blizzard deixou a expansão junto com a Battle.Chest, que hoje sai a R$ 29.90 e teve o lançamento da expansão “Warlords of Draenor”, diminuindo as tretas e custos extras do consumidor. No Guild Wars 2, alguns meses após o anúncio da expansão “Heart of Thorns”, a Arenanet abriu a pré-venda da expansão, já incluindo a versão normal junto com a expansão (saindo a US$ 50). Acabou gerando uma certa polêmica quanto aos jogadores que adquiriram o jogo semanas antes, mas eles tentaram compensar um pouco com reembolsos, até eles disponibilizarem o jogo normal no formato free-to-play, deixando a nova expansão paga.

Se a Activision e a Bungie tivessem deixado os 2 pacotes iniciais de graça, muitos jogadores que não compraram poderiam acessar o conteúdo e talvez animar em pegar o “Rei dos Possuídos”, mas a Activision não é muito solidária quanto ao consumidor nesse ponto, já que ela raramente faz promoções massivas em games recentes. Só que acaba gerando confusão pro consumidor, por conta de ter as Season Pass, e da expansão “O Rei dos Possuídos” não estar na PSN Store de maneira fácil pra comprar. Então como comentei antes: se você quer uma experiência decente no Destiny, só recomendo hoje pegar o jogo completo com tudo embutido, já que se você curtir o jogo e em 2016 tivermos outra expansão, aí sim que ela pode ter um preço mais acessível ao consumidor. Pois de treta mesmo já teve os locks de aquisição da expansão, que comentei anteriormente neste artigo.

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