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Need For Speed – Retorno às raízes e pouco carisma na nova geração | Impressões

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Burnout Paradise foi um game que praticamente definiu um “estado da arte” nos jogos de corrida arcade. Com modo online impecável e com cooperação, corridas insanas, takedowns e um tráfego intenso, o jogo da Criterion marcou na época e fez com que a série Need For Speed, que praticamente estava indo em “queda livre”, seguir pelo mesmo caminho, ganhando fôlego. Então vieram jogos estupendos, como o Hot Pursuit, o novo Most Wanted e depois a série começou a ir para um caminho perigoso, culminando com o Rivals, que não era tão instigante a ponto de jogar o game com frequência.

Com a série tendo problemas, a EA parou com os lançamentos anuais e com isso a série teve tempo para tentar uma volta por cima. Então eles anunciaram este “reboot”, trazendo o jogo pela segunda vez na nova geração, mas o primeiro Need “verdadeiramente next-gen”, sem ter lançamento para consoles antigos e que precisasse estar com visual nivelado com o da nova geração. Só que o meu problema maior com a série é que eu acabo sempre “esperando o próximo Burnout killer”, o que acaba me conduzindo a um erro. Pois o novo game da série está muito mais como uma volta às origens do que ser uma cópia next-gen do Paradise.

Aluguei o Need For Speed esta semana e joguei por pelo menos 8 horas no PlayStation 4. Veja abaixo as primeiras impressões do novo game de corridas da Electronic Arts.

Need for Speed - 2015 - PS4 Screenshot Full HD - 01

O retorno dos “Full Motion Videos”

Se tem algo que eu achava que nunca voltaria nos videogames atuais são os vídeos filmados com atores reais. Antes um recurso bem usado em uma época onde poucas empresas se arriscavam com CGs, diversos jogos da série tinham esse estilo de vídeos, contando alguma historinha ou mesmo algumas cenas mais importantes de um “provável” enredo de pano de fundo.

Aqui não é diferente, mas como estamos na geração do Full-HD, a qualidade dos vídeos é impecável, a ponto da Ghost Games ter usado um recurso que intercala partes em CG e partes reais. Em um determinado vídeo do jogador entrando na garagem para conversar com 2 amigos, você vê, junto com o vídeo, o seu carro todo customizado mesclado com o vídeo e com as atuações dos atores. Até perdie um pouco a atenção na conversa para observar o seu carro todo customizado durante a cena, até a câmera se voltar para os outros personagens.

Agora, pelo jogo ser totalmente aberto na exploração da cidade, o enredo acaba sendo um pouco confuso, e até o momento praticamente não entendi se o jogo tem um enredo “de verdade”. São mais conversas desconexas dos personagens, às vezes numa lanchonete com um dos personagens pronto “pra sair pra balada” (regado a rachas por aí), ou mesmo a Amy, a mecânica animada em querer sempre ficar melhor e querer criar o “carro perfeito”. Fora o “quase tiozão” mais neutro e com semblante sério. Outros personagens irão aparecer na aventura, mas no momento acabei mais explorando a cidade e fazendo desafios extras.

Customização extrema de lataria e opções de tunning

A vedete deste Need! Se os primeiros Undergrounds traziam uma customização de decalques impressionante, com cores e adesivos, a versão next-gen foi além. Tão além que é possível escrever o que quiser na lataria, podendo alterar as cores, tamanhos dos adesivos…são tantas opções que você ficaria meio perdido.

Need For Speed - 2015 - PS4 Screenshot - Customização

Não apenas customização visual. Durante a sua progressão você vai adquirindo grana e níveis de experiência ao completar corridas, desafios e fazer algumas tarefas específicas durante a exploração, e com isso mais opções de customização de performance são abertas para você comprar, tunando o seu carro com novas peças. Nitros, freios, suspensão, você pode ir melhorando o seu carro aumentando os cavalos de potência, velocidade ou mesmo fazendo ajustes finos de freios, pneus, entre outras opções.

Durante a progressão, também tem as missões da Amy, que libera mais opções de peças para compra e instalação no carro. Outras peças também são liberadas para compra a partir de determinados níveis, tendo preços mais elevados, claro.

Liberdade de Progressão e retorno ás raízes

Uma das marcas registradas na série é trazer locações urbanas com locais mais afastados, mas com possibilidade de mundo aberto. Aqui a cidade toda já está liberada, mas os eventos não, tendo eventos que precisam de determinados níveis de dificuldade, e os eventos de “enredo”, com sequências em Full Motion Vídeo.

Mesmo com as limitações dos eventos de nível alto, o jogador tem uma enorme liberdade de escolhas de eventos, tanto dos eventos normais, quando os eventos secundários e os coletáveis, onde o jogador pode “fotografar” uma caminhonete (e aí você ganha uma peça extra que poderá equipar no seu carro), eventos de fritar pneu ao girar o carro de maneira circular, eventos de vista (parando o carro em um ponto e apreciando a paisagem), entre outros.

Need for Speed - 2015 - Larry Chen

O jogo traz também o retorno triunfal de um modo de jogo que foi deixado de lado por muito tempo: os drifts. Agora com disputas igualmente insanas, o jogador pode desde fazer uma disputa “tapa a tapa” mostrando a pontuação em tempo real, ou mesmo um “drift em grupo”, com o jogador tendo de executar os drifts perto dos adversários para pontuar, computando a pontuação total no final da partida.

Pouco carisma

O que fez eu ter curtido o Hot Pursuit é a evolução da competição dos jogadores com o Autolog, disputando tempo com os amigos no PS3. Em Most Wanted você poderia ter o modo online e um sistema de salas similar ao Burnout Paradise, além de trazer perseguições alucinantes contra a polícia. Neste novo Need, você simplesmente tem um jogo bom tecnicamente, mas um pouco sem graça. Você até tem uma Speedwall, mas como a situação econômica é desfavorável, aliado a ter pouca gente com o jogo neste início, não me senti compelido a querer derrotar os tempos de poucas pessoas (no meu caso, apenas um amigo que chegou a ter acesso ao jogo).

A cidade também aparenta não ter vida. Por mais que tenha “algum” tráfego, você praticamente corre em ruas e estradas vazias. A sensação de velocidade até impressiona, mas de certa forma temos um cenário bem mais melancólico. O modo online também é praticamente inexistente. Você vê outros jogadores andando por aí na sua partida, mas eles estão no mundinho deles, sem ter opções de interação para disputar um “X1”.

(ou eu não vi se tinha opções de interação, mas você apenas vê alguns poucos corredores correndo por aí…)

Need For Speed - 2015 - Troféu Tríplice Coroa

Fora a inteligência artificial fraca, onde você consegue vencer, mesmo falhando em alguma batida forte. Você vai de primeiro a quinto lugar em 1 batida, mas quando uma partida é mais “fácil”, você consegue alcançar os oponentes e consegue praticamente vencer. Talvez a única vez que tive (algum) desafio foi numa disputa de drifts classificada como “médio”, onde os oponentes estavam bem superiores.

Vale a pena comprar?

Essa é uma questão altamente complicada por conta da situação econômica atual, aliado ao dólar alto e o preço salgadíssimo das versões para consoles. R$ 280 reais é um preço alto demais para este Need for Speed, ainda mais tendo outros lançamentos mais chamativos, como o Assassin’s Creed: Syndicate, o Call of Duty: Black Ops III e o Fallout 4. Quer um jogo top para este mês de novembro que compense a sua grana? Vá de Fallout 4, ou guarde a sua grana para 2016 (caso você não tenha interesse no Fallout), pois não vale a pena este Need For Speed por este preço.

Need For Speed até que proporciona diversão durante as disputas, mas em sua maioria o jogo não é tão instigante a ponto de você curtir ele. A minha sorte é que eu aluguei o jogo, pois iria me arrepender bastante se tivesse gastado o preço cheio dele. Se você tiver opção de aluguel ou empréstimo, o jogo é um bom passatempo, mas em matéria de jogo de corridas, hoje o Project CARS é bem mais interessante, ainda mais por oferecer mais opções e flexibilidade (só que não é bem um jogo 100% arcade…). Agora, se você tiver um Xbox One, a série Forza está bem melhor nesta geração de consoles.

Need For Speed - 2015 - BMW M3 E46

1 comentário em “Need For Speed – Retorno às raízes e pouco carisma na nova geração | Impressões”

  1. Josivan Torres

    Criei tanta expectativa. Gosto muito da série NFS. Mas por receio esperei mais detalhes antes de comprar. Acho que fiz a coisa certa pois concordo com você. Parece ser um bom jogo. Mas dar mais de R$200 num jogo, temos que pensar bem. Ainda quero jogar, porém vou deixar para o ano que vem quando o preço estiver mais em conta.

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