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[Opinião] O japão deixou de ser bizarro

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Recentemente durante minha rotina de navegação corriqueira da internet, eu li um ótimo texto do Fernando Mucioli lá daqueles lindos do Kotaku BR. Lá ele comenta sobre a frase que o Phil Fish, criador daquele jogo indie que está em produção há mais de 4 anos, soltou sobre os jogos japones.

Fish disse “Jogos japoneses são dois jogos ocidentais colados“. E ainda comentou em outras entrevistas que aquele japão que produzia ótimos jogos, simplesmente não está mais entre nós. Não vou aqui discutir que o nobre colega está errado por que o texto do Kotaku já o faz, mas eu vou aqui dar uma opinião de por quê ele não é mais o mesmo.

Sim os games japoneses não são mais os mesmos, continuam firmes e fortes mas perderam a alma. Em 2011 tivemos vários jogos japoneses bacanas como Dark Souls, Shadows of the Damned, Marvel vs Capcom 3 entre outros. Se for olhar com cuidado saíram poucos jogos bons em comparação aos outros anos, além da idéias inovadoras.

O Japão de raíz não existe mais, ele deixou de ser bizarro. Deixou de ser bizarro com aqueles jogabilidades insanas, inovadoras e divertidas.

Um exemplo do que eu estou falando é Bayonetta. Jogo puramente bisonho e bizarro, mas é tudo aquilo que o Devil May Cry deveria ter sido desde o começo. A personagem principal com proporções bizarras e cara de travesti é deixada de lado pela jogabilidade rápida e satisfatória, também muito desafiador chegando a ser frustrante. Tem mais coisas estranhas e bem tipicamente japonesas e isso em nenhum momento atrapalha a jogabilidade, na verdade nenhum jogo extramente japonês chega a pecar na jogabilidade, até Katamari.

Claro que existem jogos duvidosos como Rapelay, mas neste post não vamos levar em consideração os eroges, infelizmente.

Agora vamos encontrar o por quê da amenização dos joguinhos nipônicos, se existir algum motivo. Em Março de 2011 tivemos o terremoto na terra do sol nascente, devastando grande parte do país além de preocupar a indústria de games, já que o importante é joguinho e não a estabilidade de uma nação que estava a beira de um vazamento nuclear. Até tinha aquele medo de não acontecer a TGS mas ela acabou acontecendo e muitos developers ficaram bem, até o Kojima.

Esse desastre gerou um impacto na cultura, mesmo hoje estando amenizado. Nem podemos levar em consideração a crise nos EUA e na Europa, já que não tivemos muitas demissões nos estúdios japoneses. Isso tudo foi um “bloqueio mental” e bem justificável.

Seria essa a ocidentalização dos jogos japoneses? Pode ser algo muito forte de se afirmar, jogos como Dark Souls não jogam na sua cara aquela bizarrice absurda, em vez disso é extramente desafiador e traz mais um daqueles RPGs que só o oriente sabe fazer. 2011 foi o ano do Skyrim, RPG ocidental que simplesmente ofuscou o brilho que dos RPGs que tinham lançado.

Agora em 2012, parece que tudo está voltando ao seu eixo em passos curtos. As idéias sem noção começaram a surgir, Neverdead por exemplo saiu no começo do ano e tem aquele carimbo de “O que eu estou jogando”. Infelizmente a adição da mecânica de nunca morrer é frustrante e não vale a pena gastar seu dinheiro no jogo, na OST talvez por que é o Dave Mustaine do Megadeth que faz. Tivemos também a carinha carimbada dos RPGs orientais, Final Fantasy XII-2, trazendo mais um jogo da série e aquela martelação da Square com a franquia.

Lollipop Chainsaw do Suda 51, deve ser o ápice da bizarrice oriental deste ano. Cheerleaders + Zumbis + DLC de Cosplay = muito amor. E pelo o que parece a jogabilidade não é ruim e parece ser extramente divertido como o No More Heroes. São jogos assim que estão fazendo falta, também não estou dizendo que só precisamos disso.

Que 2012 seja a volta daquele Japão de raíz, aqueles jogos que você tem vergonha de jogar mais a crítica adora.

6 comentários em “[Opinião] O japão deixou de ser bizarro”

  1. A indústria japonesa de games passou por uma crise foda há alguns anos (sem relação com desastres naturais, por sinal) principalmente por culpa do baixo interesse dos japoneses pelos seus próprios jogos. E quem disse isso não fui eu, foi o Hideki Kamiya (Devil May Cry, Okami). Hoje em dia, eu acho que o problema dos japoneses é uma fase ruim com relação ao game design. A jogabilidade boa não está mais salvando as outras decisões ruins. Eu, por exemplo, achei Bayonetta um jogo fraquinho, bem pior do que a crítica queria me fazer acreditar.

    E o jogo mais japonês de 2011 foi ocidental: Sant's Row: The Third. Onde está seu Deus agora?

  2. Nem me importo muito com jogos no estilo de DMC, por exemplo. Eu quero saber onde estão os bons RPG's que os Japas conseguiam fazer.

  3. Também sinto falta dos ótimos RPG's Japoneses… e ainda sonho com a terceira parte da saga Chrono…

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